quinta-feira, 28 de junho de 2012

O velho desrespeito com os idosos


Quem nunca viu um adulto em perfeitas condições de saúde estacionar o seu veículo em uma vaga de idosos de um shopping ou um supermercado? Quem nunca teve vontade de chamar a atenção da pessoa, mas acabou não fazendo nada por receio ou medo? O crescente desrespeito assombra não só àqueles que vivem na pele esta situação, mas também a todos que durante sua infância foram ensinados a darem preferência às moças e aos mais velhos.

O que muitos esquecem é que um dia todos nós envelheceremos também e certamente precisaremos de ajuda. A pressa e a energia da adolescência darão lugar à experiência de vida e a paciência de um homem sábio. E embora a cabeça e os reflexos motores não sejam mais os mesmos, valorizaremos a família e a vida, aprendendo o verdadeiro sentido da felicidade.

Segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas com mais de 80 anos no mundo deve quadruplicar até 2050. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calcula que a população com mais de 60 anos suba de 191 milhões para 215 milhões no mesmo período. O órgão ainda prevê o aumento da expectativa do brasileiro de 73, para 81 anos até 2050. Informações que, como estas, confirmam a tendência da população mundial ao envelhecimento.

Para salvar nosso futuro, precisamos resgatar o passado e a história de nossa cidade, que foi construída pelas mãos de quem hoje envelhece abandonado. Destes cidadãos, muitos preferem não sair de casa com medo das aventuras que terão de enfrentar com calçadas esburacadas, pedestres descuidados e até ônibus não adaptados, propícios para um acidente sério.

A garantia de uma melhor qualidade de vida e mais saúde aos idosos tem que sair do papel. E para isso, é necessária a conscientização de toda a população, que insiste em ter preconceito. Além disso, os mais velhos também sofrem com o descaso do governo, que deixa de se preocupar com aqueles que não são mais obrigados a votar. Considerados insuficientes por uma maioria cega, os investimentos em melhorias na saúde e na educação só se tornam escassos por culpa da corrupção que nos tira aquilo que é de nosso direito.

É preciso dar mais atenção ao transporte oferecido pela Prefeitura, aos serviços de saúde e, mais precisamente, ao aprimoramento do Projeto Viva Mais.  O trabalho que conta hoje com apenas 5 polos, oferece atividades como academias para a terceira idade, dança circular de saúde, inclusão digital pelo Programa Jovem e até cursos profissionalizantes, levando muito mais prazer à quem se acostumou a não ter nenhum. Só assim teremos uma terceira idade orgulhosa da sua cidade. 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

O SUS está doente?

São tantas as reclamações em relação à saúde no Brasil que é até difícil de enumerar. A crise do Hospital Mario Gatti é um belo exemplo do estado do Sistema Único de Saúde (SUS). No mês passado a situação chegou a uma condição crítica, em que houve superlotação, cancelamento de internações e detecção de problemas na estrutura física do prédio, como goteiras e parede descascada.

Outro caso é o do Hospital Cândido Ferreira que deve substituir os funcionários terceirizados por outros concursados. As demissões já começaram, mas são muitos os colaboradores para que a transição seja organizada, suave e não prejudique o atendimento à população. Pela dificuldade em resolver o caso com rapidez, a Prefeitura pediu ao Ministério Público uma prorrogação de seis meses. O prazo atual vence no dia 2 de agosto.

Os problemas não afetam somente os hospitais, mas também os postos de saúde. É comum passar duas, três ou até quatro horas nesses locais para uma consulta com o clínico geral e explicar para ele como está a dor de cabeça. Em busca de um atendimento mais rápido, muitos pacientes vão direto aos hospitais para resolver este tipo de problema, o que torna a situação ainda mais difícil para pacientes mais graves.

Procedimentos como raio-x, leitos de observação, tomar soro na veia e outros mais básicos deveriam ser oferecidos pela maioria dos postos de saúde. O modelo atual de gestão da saúde efetuada pelo município concentra o atendimento da população nos grandes hospitais. O ideal seria o aparelhamento dos postos de saúde com equipamentos, infraestrutura e profissionais suficientes, para que o primeiro atendimento seja efetuado nessas unidades. Desse modo, se ganha agilidade e se evitam deslocamentos desnecessários.

Os investimentos na área da saúde são necessários para atender com a maior qualidade possível a população, principalmente a de baixa renda. O dinheiro que mantém a saúde, no entanto, deve estar aliado a uma boa gestão para evitar desperdícios. Enfim, a conclusão é de que o SUS também precisa de um check-up.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Usar drogas pode ficar ainda mais fácil no Brasil


Há poucos dias um dos meus posts se indignava com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou inconstitucional a lei que proibia a concessão de liberdade provisória em casos de tráfico de drogas. Hoje, mais uma vez, foi a questão da droga no Brasil que me motivou a escrever este texto.

Na semana passada fiquei sabendo, pelo Jornal Nacional, que a comissão de juristas que está elaborando propostas para alterar o Código Penal anunciou um projeto que pretende descriminalizar a posse de drogas para uso pessoal.  Se for aprovado pelo Congresso, o plantio, a compra e o porte de entorpecentes deixarão de ser crime. Com a ressalva de que a quantidade não poderá ultrapassar o suficiente para ser consumido no período de cinco dias. A quantidade vai depender do tipo de droga em posse do usuário.

A proposta também diz que se torna crime o uso do produto de forma ostensiva e em locais de concentração de crianças e adolescentes, como em portões de escolas, por exemplo. Nestes casos, a pena aplicada seria apenas de prestação de serviços à comunidade ou uma medida educativa. O objetivo destas medidas é retirar o consumo de drogas como um assunto a ser discutido na esfera penal.  Segundo os juristas, esse é um assunto de saúde pública.

Também acho que este é um problema de saúde pública, mas não considero as mudanças nas leis que tratam do tema efetivas no combate às drogas.  Me parece que os juristas não levaram em consideração que facilitando o consumo desses produtos no país, não estão apenas inocentando o usuário e tirando seu estigma de criminoso, mas estão avalizando o uso desses produtos por crianças e adolescentes que nunca haviam pensado em usar antes e mais, fortalecendo o crime organizado, pois que eu saiba, produção e comercialização é crime no mundo inteiro.

O mais curioso é que após a reportagem que expôs o assunto, o Jornal Nacional veiculou outra matéria sobre uma pesquisa do Ibope que revelava que a questão da droga estava se tornando uma das maiores preocupações do brasileiro.

Em 26 cidades com mais de 300 mil habitantes o Ibope perguntou: Este ano, qual tema você mais levará em consideração na hora de escolher seu candidato a prefeito? As drogas aparecem em 4º lugar.

Outra pergunta que fez parte da pesquisa foi: Quais as três áreas mais problemáticas na cidade? A droga apareceu em 3º lugar, por escolha de 40% dos entrevistados. Em 1º e 2º lugar ficaram saúde e segurança respectivamente. Nota-se que o tema “droga” ficou à frente de conhecidos e insistentes problemas do país como educação, transporte coletivo, trânsito e muitos outros.

Pela relevância do tema diante da sociedade brasileira, não podemos deixar que criem leis que possam agravar a situação já existente. Apesar de não existir nenhum clamor popular para colocar o assunto em discussão, o STF e outros órgãos tem tido como prioridade nos últimos dias promover a facilitação do uso de drogas e o abrandamento das suas consequências.

Será que estão a serviço dos grandes carteis de droga? Eles só facilitam em vez de endurecerem com os traficantes e o crime organizado.