Quem nunca viu um adulto em
perfeitas condições de saúde estacionar o seu veículo em uma vaga de idosos de
um shopping ou um supermercado? Quem nunca teve vontade de chamar a atenção da
pessoa, mas acabou não fazendo nada por receio ou medo? O crescente desrespeito
assombra não só àqueles que vivem na pele esta situação, mas também a todos que
durante sua infância foram ensinados a darem preferência às moças e aos mais
velhos.
O que muitos esquecem é que um
dia todos nós envelheceremos também e certamente precisaremos de ajuda. A
pressa e a energia da adolescência darão lugar à experiência de vida e a
paciência de um homem sábio. E embora a cabeça e os reflexos motores não sejam
mais os mesmos, valorizaremos a família e a vida, aprendendo o verdadeiro
sentido da felicidade.
Segundo dados divulgados pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas com mais de 80 anos no
mundo deve quadruplicar até 2050. No Brasil, o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) calcula que a população com mais de 60 anos suba
de 191 milhões para 215 milhões no mesmo período. O órgão ainda prevê o aumento
da expectativa do brasileiro de 73, para 81 anos até 2050. Informações que,
como estas, confirmam a tendência da população mundial ao envelhecimento.
Para salvar nosso futuro,
precisamos resgatar o passado e a história de nossa cidade, que foi construída
pelas mãos de quem hoje envelhece abandonado. Destes cidadãos, muitos preferem
não sair de casa com medo das aventuras que terão de enfrentar com calçadas
esburacadas, pedestres descuidados e até ônibus não adaptados, propícios para
um acidente sério.
A garantia de uma melhor
qualidade de vida e mais saúde aos idosos tem que sair do papel. E para isso, é
necessária a conscientização de toda a população, que insiste em ter
preconceito. Além disso, os mais velhos também sofrem com o descaso do governo,
que deixa de se preocupar com aqueles que não são mais obrigados a votar.
Considerados insuficientes por uma maioria cega, os investimentos em melhorias
na saúde e na educação só se tornam escassos por culpa da corrupção que nos
tira aquilo que é de nosso direito.
É preciso dar mais atenção ao
transporte oferecido pela Prefeitura, aos serviços de saúde e, mais
precisamente, ao aprimoramento do Projeto Viva Mais. O trabalho que conta hoje com apenas 5 polos,
oferece atividades como academias para a terceira idade, dança circular de
saúde, inclusão digital pelo Programa Jovem e até cursos profissionalizantes,
levando muito mais prazer à quem se acostumou a não ter nenhum. Só assim
teremos uma terceira idade orgulhosa da sua cidade.